Antes só ...

Solidão. Acredito que se tem algo pra qual ninguém está preparado é enfrenta-la. E perceba que não me refiro aquela solidão periódica, como ficar sozinho em casa quando sua mãe vai ao supermercado. Essa solidão, aliás, é ótima. Mas sim me refiro aquela que é crônica, e é dessa que sofro, essa é com a qual temos que tomar cuidado, pois parece não ter remédio.
Clarice Lispector já se referiu a solidão como a última coisa que podemos dividir com alguém, gostaria de concordar, mas a verdade é que qualquer pessoa que já permaneceu mais de 1 hora ao um lado, já provou da minha.
Antes só do que mal acompanhado, a máxima desculpa da solidão. A sentença que sua mãe lhe diz, quando teme que você se misture com as crianças que ela julga não serem boas pra você, fato que ela se diz isso tendo como base a família dessa criança, outro fato é que muito provavelmente essa criança fará de tudo pra não ser como a própria família, por isso eu digo, misture-se com ela.
Mas não foi pra refutar sua mãe que eu vim aqui. Vim pra terapeuticamente indagar sobre o maior temor da vida de 97,56% da população mundial.
E aqui vai minha confissão: Ás vezes, quando não há ninguém por perto, tenho a feia mania de me valer da pessoa mais próxima, sendo ela quem for, estando eu interessado ou não, mas geralmente isso só faz com que eu me sinta mais só.
Acho que tudo isso se deve ao fato de ser o patinho feio da família, nunca ninguém pra brincar, quase filho único, numa casa cheia de irmãos.